Minha vida é movimento.



Dança. Compasso.



Canto.




Minha vida é passo.



Caminho, escuto, recordo.



Encontro e decanto.



Conflito, reflito e traço.



Minha vida é campo



onde lanço, arado.



Onde laço, espanto!



Onde tanto, escasso.



Onde espaço, encanto.



Onde espanto, abraço.







terça-feira, 31 de agosto de 2010

ESCAMAS NOS OLHOS

“Nesse mesmo dia, iam dois deles para uma aldeia chamada Emaús, que distava de Jerusalém sessenta estádios; e iam comentando entre si tudo aquilo que havia sucedido. Enquanto assim comentavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou, e ia com eles; mas os olhos deles estavam como que fechados, de sorte que não o reconheceram.
Abriram-se-lhes então os olhos, e o reconheceram; nisto ele desapareceu de diante deles. E disseram um para o outro: Porventura não se nos abrasava o coração, quando pelo caminho nos falava, e quando nos abria as Escrituras?” (Lc 24:13-16; 31-32)


O texto inicia narrando um fato acontecido no terceiro dia após a morte de Jesus. Dois discípulos, desanimados, porque pensavam que Jesus estava morto para sempre, resolveram seguir para uma cidade próxima. No caminho, Jesus, que havia ressuscitado e abandonado o túmulo, começou a andar com eles, mas eles estavam com os olhos “como que fechados”, de maneira que não o puderam conhecer.

Como estariam hoje nossos olhos? Será que abertos, saudáveis, disponíveis, para enxergar o Cristo que ressuscitou, uma única vez, e que desde então permanece vivo e poderoso para nos salvar? Ou estarão cobertos pela poluição dos tempos? Poluição visual, onde não selecionamos em que colocamos nossos olhos... onde permitimos passivamente, que nós e nossos filhos, sejamos alimentados com lixo, e nos contentamos com isso?

Será que nossos olhos estarão ocupados demais, buscando encontrar fora de nós o que somente poderemos encontrar dentro, num exame sincero da nossa existência?

Será que estarão perdidos no horizonte, contemplando ao longe uma possibilidade de um dia, quem sabe, tomarmos posse do rumo das nossas vidas e reconhecermos as escolhas que fazemos?

A mensagem desse texto nos remete a uma condição de cegueira espiritual. Aqueles discípulos, embora andassem com Jesus, não o puderam conhecer. Sua fé não alcançava a verdadeira dimensão da vinda de Cristo a esse mundo. Porém, quando Jesus partiu o pão, lembraram-se da ceia que Ele instituiu como memorial, e puderam reconhecê-lo.

Voltando então esses discípulos, juntaram-se ao grupo dos outros, e Jesus novamente se apresentou. E, novamente, o grupo de discípulos não pôde prontamente reconhece-lo. Custava-lhes crer que as profecias, tudo o que antes fora escrito sobre Ele, e também tudo o que Ele mesmo testemunhou a seu respeito, era verdadeiro.

Como estamos hoje? Passados já quase 2000 anos de uma história a partir da qual se conta o tempo, ainda não podemos reconhecer o Cristo.

Talvez estejamos distraídos demais, buscando conforto espiritual num cardápio tão variado como o que nos oferece o mundo moderno. Há revelações para todos os gostos, há mestres para todo tipo de discípulo, há caminhos espirituais para acolher toda e qualquer conduta.

Falar no Jesus Cristo bíblico é fora de moda, não combina com a Nova Era. Preferimos outros caminhos que parecem ser mais “up to date”, embora também muito antigos, mas que por alguma razão nos tempos atuais são sinônimo de sabedoria e status.

Há uma promessa acerca de Jesus: “Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele”.(Ap: 1:7)

Sim, Jesus Cristo voltará visível ao nosso meio. Será que poderemos reconhecê-lo? Como reconheceremos se verdadeiramente não o conhecemos, não andamos com ele?

Glorifico ao Senhor porque em tempo me incomodou, e colocou em meu coração uma pergunta muito séria: o que eu, que falava tanto em mestres, sabia sobre o verdadeiro Mestre? O que eu sabia sobre a cruz? Glórias ao Deus, pai de Jesus Cristo, que em tempo tirou as escamas dos meus olhos, e me fez ver, pelo seu Espírito, que não há outro caminho, não há outro mestre, não há possibilidade de vida eterna a não ser através de Jesus Cristo. “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.(João 14:6)”.

Que o Espírito Santo de Deus, que nos convence do pecado, da justiça e do juízo, possa tocar nossos corações verdadeiramente, e retirar, pela misericórdia de Deus, toda escama de nossos olhos, toda sujeira de nossos ouvidos, toda a dureza dos nossos corações. Amém.

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