Minha vida é movimento.



Dança. Compasso.



Canto.




Minha vida é passo.



Caminho, escuto, recordo.



Encontro e decanto.



Conflito, reflito e traço.



Minha vida é campo



onde lanço, arado.



Onde laço, espanto!



Onde tanto, escasso.



Onde espaço, encanto.



Onde espanto, abraço.







sábado, 12 de fevereiro de 2011

´Pérolas

Pérola de José Saramago:

"Se tens um coração de ferro, bom proveito.
O meu fizeram-no de carne e sangra todo dia."


(José Saramago)

Reconciliados para ministrar a Reconciliação

Quem já provou o sabor doce-úmido do caqui? E o cheiro adocicado do manacá? E a brisa do mar na virada do dia?
Como descrever, em palavras, sensações tão particulares? Seria possível a alguém que nunca tenha provado uma jabuticaba, descrevê-la –“ ploct-pluft “- do delicioso explodir da fruta na boca, até o cuspir do caroço?

Nosso Mestre nos dizia, em Lucas 6:

"Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois no buraco?
O discípulo não está acima do seu mestre, mas todo aquele que for bem preparado será como o seu mestre.
"Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?
Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho’, se você mesmo não consegue ver a viga que está em seu próprio olho? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão".
"Nenhuma árvore boa dá fruto ruim, nenhuma árvore ruim dá fruto bom.
Toda árvore é reconhecida por seus frutos. Ninguém colhe figos de espinheiros, nem uvas de ervas daninhas.
O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração".


Somos chamados à reconciliação. Reconciliarmo-nos com o Senhor, para então ministrarmos a reconciliação. No caminho, no correr dos dias, vão se acumulando poeira e cisco em nossos olhos. Mas prosseguimos, entendendo que não há tempo, a messe é grande, são poucos os trabalhadores. Precisamos prosseguir, muitas vezes sem separarmos tempo de lavar os nossos olhos.

Saímos então anunciando uma palavra: Evangelho – Boas Novas. A boa notícia de que em Jesus, não mais pelas nossas obras, mas por Sua misericórdia, somos reconciliados com Deus. A notícia de que nEle nossos pecados são, definitivamente, perdoados.

Anunciamos o Evangelho, enquanto caminhamos pesados, arrastando nosso fardo recheado de culpas, pecados não confessados, questões que deixamos pra depois. A dura realidade sobre nós mesmos permanece encoberta, enquanto nos ocupamos do ideal que o Evangelho traz para a vida do outro.

- Não, não para a minha vida. Eu sei que os caquis podem ser deliciosos, mas não para mim. Afinal, poderia deliciar-me com eles. E isto não combina com meu fardo.
Fardo que o Mestre convida a lançar sobre Ele, mas que já é tão meu... afinal, são as minhas velhas e conhecidas dores, aqueles medos tão familiares, o pecado que repito e tão de perto me acompanha...

Ah! Quanto perdemos! Oferecemos à multidão uma mesa farta, da qual nos abstemos de comer: a mesa da reconciliação. Como seria bom se pudéssemos, realmente, crer que o convite do Senhor é para nós também. Um convite para lançarmos sobre Ele toda dor, toda inconstância, toda impotência, toda humanidade.

Ele não nos convida a nos tornarmos SUPER. Ele nos convida a sermos humildes e necessitados da Sua Graça. Ele nos convida a provarmos a mesa farta que Ele mesmo preparou, por causa do seu AMOR.

Vejamos o que o Mestre nos ensina em Mateus 22:

"O Reino dos céus é como um rei que preparou um banquete de casamento para seu filho.
Enviou seus servos aos que tinham sido convidados para o banquete, dizendo-lhes que viessem; mas eles não quiseram vir.
"De novo enviou outros servos e disse: ‘Digam aos que foram convidados que preparei meu banquete: meus bois e meus novilhos gordos foram abatidos, e tudo está preparado. Venham para o banquete de casamento! ’
"Mas eles não lhes deram atenção e saíram, um para o seu campo, outro para os seus negócios.”


O banquete está posto. Mas nós ainda pensamos que precisamos merecer estar lá. E saímos a trabalhar. O Rei descreve o seu banquete e convida: O tempo da reconciliação é chegado.

Como poderemos convidar alguém para a festa, se nem ao menos conhecemos o anfitrião? Como poderemos descrever as maravilhas da sua comida e bebida, se nos privamos deste encontro?

Somos chamados a ministrar as novas da reconciliação, da aliança refeita. Isto exige de nós, antes, experimentá-la.

Experimente lançar o seu fardo aos pés do Mestre. Experimente desapegar-se de culpas e dores, e confiantemente entregá-las. Ele virá com um banquete, tomando o lugar que lhe cabe. Ele virá até você, para curar o que você julga incurável, para tratar o que você julga perdido, para sarar o que você sabe doente.

As nossas limitações não são maiores do que o Senhor. Ele nos convida a olharmos para dentro, através da Luz que Ele mesmo é, com compaixão, misericórdia, e amor.

Aí então, tendo provado das delícias da reconciliação, poderemos dizer: Eu era cego, e agora vejo, eu era morto, e agora vivo!