Minha vida é movimento.



Dança. Compasso.



Canto.




Minha vida é passo.



Caminho, escuto, recordo.



Encontro e decanto.



Conflito, reflito e traço.



Minha vida é campo



onde lanço, arado.



Onde laço, espanto!



Onde tanto, escasso.



Onde espaço, encanto.



Onde espanto, abraço.







quarta-feira, 4 de abril de 2012

O Leite Espiritual


Maria Beatriz Versiani

“Desejai ardentemente, como meninos recém nascidos, o puro leite espiritual, para por ele crescerdes para a salvação, agora que já provastes que o Senhor é bom.” (1 Pe 2:2-3)

Sento-me diante do texto perplexa com a poesia que o Espírito Santo plantou no coração de Pedro, um rude pescador. Que metáfora! Vejo os bebês arquivados em minha memória e seu choro forte que só cessa no peito da mãe.

Com que ardor um bebezinho clama pelo leite! É questão de sobrevivência! Sem o leite, há desidratação, queda de temperatura, não há crescimento. Para o bebê, o leite é o alimento completo. Até mesmo uma mãe desnutrida guardará o melhor de seus nutrientes no leite do peito que oferece ao seu bebê.

Ao peito, o bebe encontra não somente o alimento, mas o sentido. A criança encontra na experiência de mamar o olhar da mãe sobre ela, olhar que vem carregado de significantes, que serão tomados na construção da identidade.

Podemos pensar então sobre o texto bíblico. Desejar ardentemente o leite espiritual conduz-nos ao encontro do sentido de quem verdadeiramente somos. O encontro com o leite espiritual é o encontro com a Palavra, essa que nos dá a identidade: sermos filhos de Deus.

Desejar ardentemente o leite espiritual significa não abrir mão daquilo que me é primordial. O alimento garante a sobrevivência. Não posso viver sem Ele.

Talvez por isso o Senhor Jesus tenha afirmado: “ Em verdade vos digo, que se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.” (Mt 17:3)

Preciso desejá-Lo ardentemente. Com a urgência de um bebê faminto. Com a necessidade de um bebê desamparado. Ao acordar, chorar por Ele, por Sua presença, pelo alimento que me dá. E então, vindo Ele, saciar-me, recebendo e fruindo de tudo aquilo que Ele tem para mim.

“Sacia-nos de manhã com o teu constante amor, para que nos regozijemos, e nos alegremos todos os nossos dias.
Alegra-nos pelos dias que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal. Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória sobre seus filhos.
Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; confirma sobre nós a obra das nossas mãos. Sim, confirma sobre nós a obra das nossas mãos.” (Sl 90:14-17)