Minha vida é movimento.



Dança. Compasso.



Canto.




Minha vida é passo.



Caminho, escuto, recordo.



Encontro e decanto.



Conflito, reflito e traço.



Minha vida é campo



onde lanço, arado.



Onde laço, espanto!



Onde tanto, escasso.



Onde espaço, encanto.



Onde espanto, abraço.







sexta-feira, 10 de setembro de 2010

IDENTIDADE CRISTÃ E A QUESTÃO DA INTIMIDADE

O homem é um ser social. Nasce frágil e dependente dos cuidados da mãe ou de quem faz esta função. A medida que vai crescendo, vai formando sua identidade nos relacionamentos que estabelece com os que o cercam.

Até a adolescência, o ser humano se relaciona basicamente com sua família e com o círculo que estabelece na escola e, freqüentemente, com o seu grupo religioso. Nestes grupos vai constituindo sua identidade, tentando responder à pergunta: QUEM SOU EU?

Todo ser humano responde esta pergunta a partir do outro. Olho para minha mãe, e vejo em seu olhar, ou no que diz sobre mim, algo que irá me constituir e que vou tomar como parte da minha identidade. Olho para o meu pai, para os meus irmãos, e faço o mesmo. Crescendo, olho para os meus colegas e começo a perceber diferenças entre o que até então entendia de mim mesmo e os grupos com os quais quero conviver. Na expectativa de pertencer a grupos maiores, passo a tomar para mim maneiras de ser, de pensar, de agir, que possam me garantir passe livre pra freqüentar esses grupos.

A questão da identidade no homem passou a ser um problema desde que ele rompeu com sua identidade primeira, no jardim do Éden. A pergunta filosófica: QUEM SOU EU, se institui no momento em que o homem não mais se identifica com a imagem e semelhança do seu Deus Criador. A crise de identidade do ser humano começa aí. A partir desse momento, somos sempre dependentes de alguém que nos diga, afinal, quem somos nós, a que viemos, e para onde iremos.

Talvez a juventude cristã contemporânea, como de resto todo o corpo da igreja, esteja vivendo uma crise de identidade sem precedentes.

Para quem estamos perguntando, hoje, sobre nós mesmos?

A televisão, a sociedade, as escolas, nos dizem que a juventude é para ser vivida intensamente. Defendem ou de alguma forma querem preservar os relacionamentos descompromissados, onde a sexualidade possa ter livre expressão desde que reservados os cuidados com doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada. Já vão muito longe os tempos em que namorar era tempo pra conversar, pra conhecer, pra perceber o outro antes de trocar carícias.

A juventude cristã vive um dilema. Enquanto o mundo apresenta como “liberdade” a vida descompromissada e sem limites para o prazer, a Palavra de Deus nos diz para não nos defraudarmos uns aos outros, para nos guardarmos em santidade.

Onde estaria então a verdadeira liberdade?

Se olharmos atentamente para o que o Senhor Deus nos coloca como mandamentos, veremos que todos eles são fruto de um cuidado do Senhor conosco. Amar a Deus, amar ao próximo, não cobiçar o que é do outro, honrar os pais, descansar um dia por semana. Tudo isso Deus instituiu para nos preservar. Com a santidade não é diferente. Deus criou a sexualidade, e viu que isso era bom. Deus criou os hormônios, e o desenvolvimento do ser humano da infância à vida adulta. Deus criou a juventude. Mas se Ele nos diz para nos preservarmos sexualmente até o casamento, é porque isso é possível e necessário.

Quem já passou por mais de um relacionamento onde teve muita intimidade sabe disso. Cruzar com alguém com quem tenha compartilhado a intimidade, o corpo, seja em que nível tenha sido, e de repente perceber que de tudo aquilo restou apenas um olá distante é doloroso. Mais ainda se for preciso continuar convivendo com essa pessoa, porque pertencem ao mesmo grupo. Dói ainda mais se agora aquele ou aquela com quem compartilhou-se intimidade estiver com outro/outra. E aí dá vontade de perguntar: pra que tanta precipitação? E agora, será que ele/ela contou para alguém o que aconteceu? E, agora, como ficar diante de Deus?

Vale pensar: quais são os critérios que devo ter em mente pra pedir alguém em namoro? Atração física? Vontade de saber “qual é”? Hormônios em ebulição?

Anda fora de moda a oração. Parece que não se usa mais no meio cristão entrar num período de oração quando se tem um pedido de namoro, para então decidir se deve-se ir ou não. Atende-se ao ímpeto como no mundo.

Qual deveria ser a motivação para se iniciar um namoro? Em que bases esse namoro deveria se estabelecer? É legal “ficar”, ou seja, ter intimidade de beijos, abraços, para experimentar, para ver se há compatibilidade de pele? Um relacionamento segundo a visão cristã é um período de conhecimento mútuo, de aprofundamento da amizade

Respeitar o meu próprio corpo é dizer ao outro que eu me amo, e por isso devo ser amada/amado por ele. Impor limites ao namoro é antes de tudo me preservar de marcas que poderão ficar para sempre.

Na década de 80 havia uma expressão: amizade colorida. Essa expressão denotava que se podia ter um amigo com quem eventualmente “ficasse”, sem maiores compromissos. Na esteira das amizades coloridas, muitas vidas foram desfeitas, muitos abortos, muita gravidez indesejada, muitos casamentos precipitados e infelizes.

A juventude cristã tem uma fonte a mais para firmar a sua identidade. A Bíblia é a referência onde poderemos encontrar nossa verdadeira identidade. E, referenciados nela, seguirmos em tudo conforme a vontade do Senhor para nossas vidas.

“Esta é a vontade de Deus para a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição; que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra; não no desejo da lascívia, como os gentios, que não conhecem a Deus;
E que, nesta matéria, ninguém oprima ou engane a seu irmão. O Senhor é vingador de todas estas coisas, como também antes vo-lo dissemos e testificamos.
Pois Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santificação.” (1 Ts 4:3-7)