Minha vida é movimento.



Dança. Compasso.



Canto.




Minha vida é passo.



Caminho, escuto, recordo.



Encontro e decanto.



Conflito, reflito e traço.



Minha vida é campo



onde lanço, arado.



Onde laço, espanto!



Onde tanto, escasso.



Onde espaço, encanto.



Onde espanto, abraço.







terça-feira, 20 de abril de 2010

O rico tolo

LUCAS 12: 15-34

A parábola do rico insensato

“Então lhes disse: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui.
E propôs-lhes esta parábola: O campo de um homem rico produziu com abundância. Então ele pensava consigo mesmo, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher meus frutos.
E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens.
Então direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos. Descansa, come, bebe e folga.
Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma. Então o que tens preparado para quem será?
Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus.
Disse Jesus a seus discípulos:
Portanto vos digo: Não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, sobre o que vestireis.
Mais é a vida que o sustento, e o corpo mais do que as vestes...
...
Vendei o que tendes, e daí esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam, tesouro nos céus que nunca acabe, onde o ladrão não chega e a traça não consome.
Pois onde estiver o vosso tesouro, aí também estará o vosso coração.”


Certa vez ouvi de uma grande pregadora: a Bíblia quer dizer o que ela diz. Não é preciso interpretar acrescentando palavras, pois Jesus Cristo foi claro em seus ensinos. Pois bem: quando Ele contou esta parábola aos seus discípulos, o que queria ensinar?

A estória trata de um fazendeiro, que com o seu trabalho ajuntou grandes riquezas. Tantas que já não poderiam se guardar nos celeiros que tinha, e ele pensava consigo mesmo em fazer celeiros maiores, para comportar os bens que havia acumulado. Deixando nossa imaginação correr, podemos ver esse homem assentado na varanda da fazenda, admirando suas plantações, mas preocupado em guardar seus lucros, em proteger seus ganhos. Talvez esse homem não tivesse ainda se tocado do quanto esta vida é efêmera, e do quanto o que se acumula aqui também o é.

Quantas famílias vemos onde os pais trabalharam duro, saíram de situações de vida muitas vezes precárias, suaram, construíram verdadeiros impérios, mas quando se vão os filhos não conseguem manter esses impérios nem por uma geração sequer. São muitos casos assim. Certo é que há também aqueles que aprendem a cuidar e a gerir bem a herança, e conseguem se manter por longos anos. Mas há tantos e tantos casos de brigas familiares, intrigas, discórdias, até mortes por causa de heranças.

O que Jesus queria ensinar? Durante todo o seu tempo como homem no mundo, Jesus ensinou que há um reino que não é desse mundo. Ele é o Senhor desse reino, que é o reino de Deus. Que esse reino não consiste em comida nem bebida, mas em comunhão com o Pai. Que nossas vidas são eternas, e podemos escolher entre viver eternamente com Deus ou sem Deus. Que o Pai é misericórdia e amor, mas é também justiça. E que haverá um dia em que daremos contas a Ele de tudo o que dissemos, tudo o que fizemos, todo bem e todo mal. Neste dia, aqueles que tiverem aceitado a dádiva da salvação através de Jesus Cristo, serão poupados e passarão à vida eterna com o Pai. Aqueles que o rejeitaram, não terão parte com ele, e a estes está destinado perecer eternamente com o Diabo e seus anjos.

“Quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com Ele, então se assentará no trono da sua glória. Todas as nações se reunirão diante dele, e ele apartará uns dos outros, como o pastor aparta os bodes das ovelhas. Ele porá as ovelhas à sua direita, e os bodes à sua esquerda....
...Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: APARTAI-VOS DE MIM, MALDITOS, PARA O FOGO ETERNO, PREPARADO PARA O DIABO E SEUS ANJOS.” (Mateus 25:31-41)


Lenda? Certamente que não. Palavras duras demais? Muitos as consideraram assim, e por isso vem perecendo em morte eterna. Mas a verdade é que tudo isto está escrito, e como todas as profecias, também se cumprirá.

A Palavra de Deus nos diz que no dia em que o Senhor Jesus voltar a este mundo, em toda a sua glória, “todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Ele é o Senhor”, mas que nesse dia haverá choro e ranger de dentes para aqueles que O rejeitaram.
“E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz. Pelo que Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo nome, para que AO NOME DE JESUS SE DOBRE TODO JOELHO DOS QUE ESTÃO NOS CÉUS, NA TERRA E DEBAIXO DA TERRA, E TODA LÍNGUA CONFESSE QUE CRISTO JESUS É O SENHOR, PARA GLÓRIA DE DEUS PAI.” (Filipenses 2:8-11)

Voltando à estória do fazendeiro: aquele homem não gastava seu tempo com o reino de Deus. Ele vivia como se pudesse passar a eternidade usufruindo dos bens que conseguira acumular. Não há nenhum problema em ser abençoado por Deus com bens materiais, trabalhando honestamente. Mas Jesus nos alerta, através dessa estória, sobre o grande problema de colocarmos o nosso coração nas coisas deste mundo, e nos esquecermos de que estamos aqui de passagem, e por pouco tempo. Ainda que vivamos 100 anos, é pouco tempo diante da eternidade. Quando nos formos daqui, nada levaremos. Apenas a nossa aliança com o Senhor, se a tivermos feito em vida, ou a nossa separação eterna Dele.

A Bíblia é clara em afirmar: “ aos homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo.” (Hebreus 9:27).

Portanto, a doutrina da reencarnação, de acordo com a Bíblia, é mentirosa. Na verdade, serve para nos distrair da necessidade de tomarmos as decisões certas no tempo certo. Quando satanás engana dizendo que podemos vir muitas vezes a este mundo, ele leva o homem a adiar a decisão mais importante da sua vida para um tempo que não existirá depois.

Aquele homem não considerou que importa mais ajuntar tesouros no reino de Deus. E então, quando o dia de sua morte chegou, ele já não podia mais buscá-lo.

Essa é a mensagem, essa é a Palavra: “BUSCAI ANTES O REINO DE DEUS, E TODAS ESSAS COISAS VOS SERÃO ACRESCENTADAS” (Lucas 12:31).

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O Pão e os Peixes

Não é o cálice de bênção, que abençoamos, a comunhão do sangue de Cristo? E não é o pão que partimos a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, pois todos participamos do mesmo pão. (1 Co 10: 16-17)
Em um documentário sobre animais marinhos observei a incrível formação de cardumes de pequenos peixes. Ao serem vistos de longe, assemelham-se a um grande peixe, e com isso conseguem despistar alguns predadores. O documentário afirmava que o indivíduo que se afasta do cardume terá pouca chance de sobreviver.
Insiste em minha mente a idéia de corpo. O cardume que se assemelha a um só corpo, mas que na verdade é feito de vários corpos. O corpo coletivo que garante proteção aos indivíduos reunidos.
Penso no corpo de Jesus Cristo. Esse corpo que para cumprir seu chamado aceita esfacelar-se, derramar-se, dizimar-se. “ O seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até o chão” (Lc 22:44). Sangue derramado e Pão da Vida. Corpo partido para a salvação de todos os que dEle se alimentam. Sangue pelo qual indivíduos são remidos.
Penso no corpo de Cristo. Igreja reunida, noiva que se cola ao seu Senhor: “Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado? ... ali esteve com dores aquela que te deu à luz” (Cântico dos Cânticos: 7:5). Igreja é corpo nascido com dores, e dores de cruz. Corpo instituído pela morte e remido pela ressurreição do seu Senhor. Corpo cardume, que desfaz o indivíduo em massa sinuosa cruzando unida os violentos mares. Corpo que chora os que se perdem, porque serão devorados.
O Pão e os Peixes. Símbolos de Cristo e sua Igreja. Pão que se multiplica, se reparte, sobra, divide, subtrai e torna a somar. Pão que se dá a comer, alimenta peixes para a vida eterna. Peixes que se protegem na companhia de seus pares e ganham a estatura do seu Senhor.
Seja sempre a nossa páscoa. Plena do Pão da Vida, Palavra Viva, Verbo Encarnado e protegida pelo Amor, que nos une em cardume, e para si nos guarda.

“Põe-me como um selo sobre o teu coração, como selo em teu braço, porque o amor é forte como a morte... As muitas águas não poderiam apagar este amor, nem os rios afogá-lo. ...” (O Cântico dos Cânticos: 7:6-7)