Minha vida é movimento.



Dança. Compasso.



Canto.




Minha vida é passo.



Caminho, escuto, recordo.



Encontro e decanto.



Conflito, reflito e traço.



Minha vida é campo



onde lanço, arado.



Onde laço, espanto!



Onde tanto, escasso.



Onde espaço, encanto.



Onde espanto, abraço.







quinta-feira, 1 de abril de 2010

O Pão e os Peixes

Não é o cálice de bênção, que abençoamos, a comunhão do sangue de Cristo? E não é o pão que partimos a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, pois todos participamos do mesmo pão. (1 Co 10: 16-17)
Em um documentário sobre animais marinhos observei a incrível formação de cardumes de pequenos peixes. Ao serem vistos de longe, assemelham-se a um grande peixe, e com isso conseguem despistar alguns predadores. O documentário afirmava que o indivíduo que se afasta do cardume terá pouca chance de sobreviver.
Insiste em minha mente a idéia de corpo. O cardume que se assemelha a um só corpo, mas que na verdade é feito de vários corpos. O corpo coletivo que garante proteção aos indivíduos reunidos.
Penso no corpo de Jesus Cristo. Esse corpo que para cumprir seu chamado aceita esfacelar-se, derramar-se, dizimar-se. “ O seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até o chão” (Lc 22:44). Sangue derramado e Pão da Vida. Corpo partido para a salvação de todos os que dEle se alimentam. Sangue pelo qual indivíduos são remidos.
Penso no corpo de Cristo. Igreja reunida, noiva que se cola ao seu Senhor: “Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado? ... ali esteve com dores aquela que te deu à luz” (Cântico dos Cânticos: 7:5). Igreja é corpo nascido com dores, e dores de cruz. Corpo instituído pela morte e remido pela ressurreição do seu Senhor. Corpo cardume, que desfaz o indivíduo em massa sinuosa cruzando unida os violentos mares. Corpo que chora os que se perdem, porque serão devorados.
O Pão e os Peixes. Símbolos de Cristo e sua Igreja. Pão que se multiplica, se reparte, sobra, divide, subtrai e torna a somar. Pão que se dá a comer, alimenta peixes para a vida eterna. Peixes que se protegem na companhia de seus pares e ganham a estatura do seu Senhor.
Seja sempre a nossa páscoa. Plena do Pão da Vida, Palavra Viva, Verbo Encarnado e protegida pelo Amor, que nos une em cardume, e para si nos guarda.

“Põe-me como um selo sobre o teu coração, como selo em teu braço, porque o amor é forte como a morte... As muitas águas não poderiam apagar este amor, nem os rios afogá-lo. ...” (O Cântico dos Cânticos: 7:6-7)

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