Minha vida é movimento.



Dança. Compasso.



Canto.




Minha vida é passo.



Caminho, escuto, recordo.



Encontro e decanto.



Conflito, reflito e traço.



Minha vida é campo



onde lanço, arado.



Onde laço, espanto!



Onde tanto, escasso.



Onde espaço, encanto.



Onde espanto, abraço.







terça-feira, 24 de julho de 2012

Tratando as Feridas do Corpo de Cristo


Lembro-me de um fato ocorrido há cerca de 15 anos. Certo médico, numa comemoração, dispôs-se a soltar fogos, estando a festa lá pelas tantas. Resultado: o foguete estourou em sua mão e queimou-a completamente. Com a dignidade de um verdadeiro médico diante da dor, ele mesmo levou sua mão em carne viva à água abundante, e lavou-a bem com sabão em barra, para em seguida untá-la e enfaixá-la. Passado um tempo, não havia sequer uma cicatriz do triste evento, a não ser o que se aprendeu sobre como não soltar foguetes.

Aprendi com aquele médico: quando há um ferimento a primeira medida é lavá-lo com água e sabão. Não podemos aplicar sobre ele uma faixa ou um bandaid, tamponando antes de limpar. Caso contrário a ferida ficará infeccionada, podendo trazer graves complicações para todo o corpo.

O Senhor Jesus, médico dos médicos, em sua Palavra afirma, através do apóstolo Paulo, que somos membros de um só corpo:

“Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito.

O corpo não é composto de um só membro, mas de muitos.

Se o pé disser: "Porque não sou mão, não pertenço ao corpo", nem por isso deixa de fazer parte do corpo.

E se o ouvido disser: "Porque não sou olho, não pertenço ao corpo", nem por isso deixa de fazer parte do corpo.

Se todo o corpo fosse olho, onde estaria a audição? Se todo o corpo fosse ouvido, onde estaria o olfato?

De fato, Deus dispôs cada um dos membros no corpo, segundo a sua vontade.
Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?
Assim, há muitos membros, mas um só corpo.

O olho não pode dizer à mão: "Não preciso de você! " Nem a cabeça pode dizer aos pés: "Não preciso de vocês! "
(1 Coríntios 12:13-21)

Como tem estado este Corpo? Corpo espiritual, formado pela igreja, pelos crentes em Cristo? Certamente, com muitos membros saudáveis, e outros nem tanto. As feridas que se apresentam neste corpo são, geralmente, da ordem do caráter, e causadas pela presença deste vírus tão disseminado entre os homens: o pecado. O pecado gera feridas repulsivas, fétidas, purulentas.

Quando membros saudáveis as vêem, sua tendência natural é repudiar, esconder, ocultar. Ou desejar extirpar esta parte do corpo, muitas vezes de modo prematuro, antes que o tecido seja necrosado.

No evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas, capítulo 10, o Senhor nos ensina algo sobre como tratar feridas, com a parábola do bom samaritano. Diz o texto que um homem foi assaltado e surrado à beira da estrada. Por esta estrada passava um sacerdote. Ao deparar-se com ele, atravessou para não se obrigar a fazer algo. Em seguida, passou um levita. Ao ver o homem, foi embora pelo outro lado da estrada. Passando também um samaritano, homem sem dignidade aos olhos dos judeus, este se compadeceu do que estava ferido.

“Então chegou perto dele, limpou seus ferimentos com azeite e vinho e em seguida os enfaixou. Depois disso, o samaritano colocou-o no seu próprio animal e o levou para uma pensão, onde cuidou dele.”
(Lc 10:33-34)

O Mestre nos pergunta: “- Na sua opinião, qual desses três foi o próximo do homem assaltado?”

Quem é o seu próximo?

Se somos membros de um mesmo corpo, então precisamos tratar uns dos outros. Com o amor de Cristo, com a Água Viva, com o Azeite do Espírito. Precisamos colocar o membro ferido em nossa vida, e cuidar dele. Não é coerente com a fé que professamos que simplesmente queiramos ocultar as feridas do corpo.

Feridas precisam ser tratadas. E em seguida protegidas. Expor feridas à ação do tempo antes que criem casca pode gerar infecções. É preciso refazer os curativos diariamente, e acompanhar a cicatrização.

Todos fomos batizados em um só Espirito, quer escravos, quer livres. Alguns de nós estão mais maduros, mais libertos de pecados aparentes, mais fortalecidos na fé. Outros estão ainda fracos, escravos de pecados recorrentes. O que faremos a estes? Atravessaremos a estrada, fingindo não ser conosco? Ou, atendendo à instrução do Cabeça do Corpo, os recolheremos da beira do caminho, nos dispondo a lavar e tratar suas feridas?

“Pelo contrário, os membros do corpo que parecem mais fracos são indispensáveis,
e os membros que pensamos serem menos honrosos, tratamos com especial honra. E os membros que em nós são indecorosos são tratados com decoro especial,
enquanto os que em nós são decorosos não precisam ser tratados de maneira especial. Mas Deus estruturou o corpo dando maior honra aos membros que dela tinham falta,
a fim de que não haja divisão no corpo, mas, sim, que todos os membros tenham igual cuidado uns pelos outros.

Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele; quando um membro é honrado, todos os outros se alegram com ele.
Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo.” (1 Co12:22-27)




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