Minha vida é movimento.



Dança. Compasso.



Canto.




Minha vida é passo.



Caminho, escuto, recordo.



Encontro e decanto.



Conflito, reflito e traço.



Minha vida é campo



onde lanço, arado.



Onde laço, espanto!



Onde tanto, escasso.



Onde espaço, encanto.



Onde espanto, abraço.







sábado, 26 de novembro de 2011

Águas Vivas





Da minha janela vejo um lago. Não é grande, nem profundo. Suas águas são calmas e escuras. Algumas garças pousam por lá de vez em quando. Há também uma família de patinhos que o visita de tempos em tempos.

No último mês, o lago que avisto mudou. Foi infestado por uma planta daninha, comumente chamada de Água Pés. Toda a superfície da água foi coberta por essa planta aquática, que se reproduz com muita rapidez e é capaz de entupir corpos de água. Sua massa diminui a capacidade de oxigenação da água matando os outros seres que vivem nela.

Quando olho de minha janela, vejo agora uma paisagem semelhante a um campo gramado. Penso mesmo que um motorista desavisado corre o risco de seguir com o carro sem perceber que o tal gramado na verdade é um lago coberto. A fauna que habita o lago está morrendo. A cada manhã, parece ter aumentado a infestação de água pés.

A visão das águas infestadas por uma praga me lembra águas mortas, e, por oposição, águas vivas. Vou ao Evangelho:

No Evangelho de João, encontro-me com o Senhor Jesus vivendo o tempo da Festa dos Tabernáculos. Suas palavras e atos eram contestados por muitos, aceitos por outros, e causavam dúvida, temor e indignação. Falava-se Dele. Buscava-se evidências se Ele seria o messias ou apenas um profeta. E, diz a Bíblia, que no último dia da festa Ele se levantou:

E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba.
Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.
João 7:37-38


A Festa dos Tabernáculos foi instituída por Deus para que o povo de Israel se lembrasse de que Deus os havia feito habitar e tendas, em sua passagem pelo deserto. No deserto, também o Senhor habitou com seu povo, no Tabernáculo que abrigava a Arca da Aliança, e onde eram oferecidos os sacrifícios a Ele. Era costume que nessa festa, no último dia, o sacerdote derramasse água no altar do Templo, simbolizando o derramar de águas da chuva que Deus enviaria para a próxima colheita.

Conta o evangelho que neste último dia da festa o Senhor Jesus se apresenta, de pé, como fonte de águas vivas.

Chegamos ao final de 2011. A festa do Natal se aproxima. Simboliza um derramar de amor, paz, reconciliação em todos os cantos da terra onde já se ouviu falar de Jesus. Muitos de nós, no entanto, nem se lembram mesmo o que se comemora. Festas são memoriais, e memoriais servem para nos lembrar de coisas importantes, significativas.
No Natal, a figura do “bom velhinho” e suas renas substituiu com muitas luzes piscantes a memória da vinda do Senhor para o nosso meio.

Assim como na Festa dos Tabernáculos a intenção era fazer lembrar ao povo que Deus habitou no meio dele, também no Natal é preciso lembrar. É preciso encontrar o sentido da festa que fazemos. E o sentido está em que Deus, que outrora habitou em um tabernáculo no deserto, veio ao mundo em carne e osso, e habitou entre nós. O sentido está em anunciá-lo como EMANUEL – DEUS CONOSCO.

A partir de Cristo, Deus não é mais alguém distante, cujo acesso estava restrito aos sacerdotes. A vinda de Jesus Cristo inaugurou a passagem para um relacionamento íntimo e próximo com Deus:

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. (João 1:1;14)

Deus veio até nós, e pela vida, morte e ressurreição de Jesus escreveu para nós sua mensagem de amor em letras garrafais:

EU VIM PARA QUE TENHAM VIDA E A TENHAM COM ABUNDÂNCIA. (Joao 10:10)

Dezembro chegou. A festa está prestes a começar. Talvez estejamos como o lago que vejo de minha janela: onde havia água boa, onde havia vida, a superfície está tomada por água pés. As águas se tornaram mal cheirosas e inúteis. Não há oxigênio e os peixes que outrora viviam ali estão morrendo. A água não dá seus frutos. Talvez estejamos como água morta.

Apesar de todo o barulho do “bom velhinho” e suas renas voadoras, a voz de Cristo se levanta, no meio da festa e anuncia: SE ALGUÉM TEM SEDE VENHA A MIM E BEBA!

Jesus Cristo é aquele que tem poder para renovar as águas, removendo toda a impureza que as cobrem. Ele é a fonte das águas. Ele é a razão da festa.

Aproveite a festa para beber Dele. Porque Ele diz:

Aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.
João 4:14


E tenha um Natal cheio do amor e do renovo de Cristo em seu coração!

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