Minha vida é movimento.



Dança. Compasso.



Canto.




Minha vida é passo.



Caminho, escuto, recordo.



Encontro e decanto.



Conflito, reflito e traço.



Minha vida é campo



onde lanço, arado.



Onde laço, espanto!



Onde tanto, escasso.



Onde espaço, encanto.



Onde espanto, abraço.







sábado, 13 de novembro de 2010

Voando nos céus de um novo dia


“Mas como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.” (1 Co 2:9)



“E disse Deus: Haja luz. E houve luz. Viu Deus que a luz era boa, e fez separação entre a luz e as trevas. E chamou Deus à luz dia, e às trevas, noite. E houve tarde e manhã – o primeiro dia.” (Gen 1:3-5)

O brilho da manhã que chega se irradia em luminosos feixes que fulguram mais em contraste com o céu ainda escurecido da noite. Junto com ele, pássaros vêm de toda parte deslizando seus corpos no espaço infinito.

Para quem está doente, as noites parecem não ter fim. A chegada do dia anuncia também o conforto da chegada do primeiro médico, da enfermeira, da medicação. Para quem não dorme, o dia raiando é alívio da longa e inquietante noite.

Para quem acordou mais cedo, o espetáculo. No silêncio dos começos, apenas o trinar de pássaros que louvam a Deus com o que têm. No céu vão bordando com seus próprios corpos a coreografia da vida pela manhã, e cantam. Suas vozes são diversas e incontáveis. Nos acordes harmoniosos que a natureza compõe, podemos sentir o coração do Criador pulsando, uma vez mais, no dia que se refaz.

Um novo dia. Um novo tempo. Tempo de fazer diferente o que ainda não foi feito, tempo de recomeço. A cada dia, a oportunidade. Com o surgimento da luz, a possibilidade de ver. E de separar. De escolher outro rumo, mudar. Tempo de criar asas e, como pássaro, voar pela imensidão azul, distanciar-se do burburinho cotidiano.

No alto céu, deleitar-se apenas na luz. Voar ao encontro dos feixes dourados e brincar com nuvens. Simplesmente ser. Em profunda gratidão, viver pelo propósito do Criador. Despir-se do que não é importante, despedir-se de muitas coisas. Partir para vôos mais altos, sem levar ouro, nem prata, nem cobre, nem alforje, nem túnicas, nem sandálias, nem bordão. (Mt 10:10)

Na noite da Cruz, o prenúncio do glorioso dia da Ressurreição. O novo dia: vitória da Luz sobre toda treva. “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram sobre ela.” (Jo 1:5)

Confiados na Graça, aliançados no Espírito, apenas ser. Mas não o ser que desejamos. Ser o que foi desejado pelo Criador. No raiar de um novo dia, encontrá-Lo, e dizer:

Senhor, eis-me aqui. Dá-me tuas asas para voar contigo! Leva-me Senhor, a lugares que ainda não fui. Tira-me, Senhor, da escuridão de meus pensamentos e desejos e mostra-me, como Pai Amoroso, a minha verdadeira natureza em Ti. Faz-me brilhar como espelho da tua Luz, e dá-me capacidade de amar, verdadeiramente, quem És.

“E o que estava assentado no trono disse: Faço novas todas as coisas." (Ap 21:5)

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